Que influência terá o metaverso no futuro do recrutamento?

Olivier Pacaud, Head of Recruitment France & Luxembourg at Hays Technology

A Hays Technology anunciou recentemente que se tornou na primeira empresa de recrutamento a criar um escritório no metaverso. A crescente adoção ao metaverso, onde as pessoas se conhecem através de avatares em ambientes privados e públicos, é uma oportunidade entusiasmante para comunicar, tendo muitas aplicações úteis.

Uma adesão generalizada ao metaverso não é um futuro longínquo. O metaverso e as realidades aumentadas a ele associadas são cada vez mais populares – efetivamente, em 2021, vimos mais vendas de headsets Oculus Virtual Reality do que de consolas Xbox. As possibilidades de melhorar a experiência dos gamers são evidentes, mas os benefícios podem facilmente ser aplicados ao mundo laboral. Mark Zuckerberg, que com a sua empresa Meta é o motor indiscutível desta tecnologia, já declarou que: «No futuro, uma das muitas formas de as pessoas usarem o metaverso será no trabalho em conjunto».

Como somos os maiores recrutadores especializados do mundo, é importante explorarmos o potencial do metaverso, alterando não só a forma como colaboramos, mas também como recrutamos e damos formação.

Encontrar emprego e recrutar no metaverso

Costumávamos publicitar ofertas de emprego nas localidades, nas montras de lojas e em placards de ofertas de emprego. Para chegarmos a um número maior de talentos, partilhámos ofertas em jornais e em comunicações telefónicas, fizemos também feiras de recrutamento para conhecer quem se candidata. Estes canais ficaram obsoletos na era digital, com os sites de emprego e as redes sociais onde se descobre e filtra pessoas que procuram emprego, através da partilha do seu perfil. Agora fazemos os primeiros contactos através de mensagens diretas, emails e até pequenos vídeos introdutórios.

Há muitas oportunidades para replicar a nossa empresa de recrutamento no metaverso. Pode dar-se que placards digitais com anúncios de emprego se tornem populares. Da mesma forma, os primeiros exemplos de feiras de recrutamento mostram que há potencial, embora ainda haja trabalho a fazer.

Um processo de recrutamento que envolve outras tecnologias 

O metaverso não é a única tecnologia que impactará a forma como recrutamos.

Quem se candidata poderá fazer o upload do seu CV numa blockchain. Como não há a opção de editar essas entradas retrospetivamente, podemos confirmar as credenciais de quem se candidata através de referências verificadas por outras empresas empregadoras ou por instituições de ensino, dando a certeza, a quem contrata, das habilitações e capacidades de trabalho dos contratados. Quanto a filtrar candidatos, os modelos de inteligência artificial têm a capacidade de o fazer melhor do que nunca.

Entrevistar remotamente é agora comum e, embora haja sempre lugar para entrevistas de emprego no mundo físico, o metaverso parece ser o próximo passo. O próprio ambiente presta-se naturalmente a elementos interativos como tarefas, ou apresentações, por exemplo. O escritório da Hays no metaverso inclui uma sala de reuniões, até com quadro branco e marcador. Também há a opção fazer uma tour pelo escritório, conhecendo potenciais colegas, sendo possível ter uma ideia mais clara do quotidiano da organização.

Podemos aplicar os mesmos princípios quando contratamos alguém. Para além das sessões de apresentação, será mais fácil gerir a aprendizagem interativa remotamente. Vale a pena desenvolver um espaço que recrie o ambiente do escritório, pois permitirá que todos se conheçam de forma orgânica ao acaso, algo que não se consegue em videochamadas. A Hyundai Mobis já explorou isto, usando o metaverso para apresentar e dar formação aos funcionários novos.

Onde podemos ver isto em breve?

Temos de reconhecer que nem todos estes cenários são comuns, mas os avanços tecnológicos que vemos têm vantagens genuínas. O metaverso traz, definitivamente, oportunidades à nossa força de trabalho global e é uma plataforma prática para contratar além-fronteiras. Infelizmente, alguns países ainda não estão preparados para esta situação e, prevendo o futuro, precisaremos de alterações à legislação para contratações além-fronteiras se quisermos alcançar todo o potencial de as empresas encontrarem mão de obra especializada em todo o mundo com esta tecnologia.

Já que o metaverso foi desenvolvido e promovido na esfera tech, esta será sempre a primeira indústria a adotá-lo, particularmente no mundo do entretenimento, onde tem uma importância massiva. Dependendo do quão conducente será para a produtividade, continuaremos a vê-lo estender-se a outras indústrias, como a construção ou até no retalho.
Cada vez mais programadores de software se vão especializar na construção do metaverso. No início, o desenvolvimento deverá concentrar-se na indústria de entretenimento, mas também terá um papel importantíssimo no futuro do mundo trabalho.

A Hays Technology especializa-se em ajudar as empresas a atrair programadores que construam o metaverso. Para saber mais sobre como podemos ligar o teu talento com o mundo especializado da tecnologia, contacte-nos aqui.